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Grafite:Arte ou crime?

  • Paola Moreto
  • 2 de dez. de 2015
  • 4 min de leitura

Enfeitando muros, prédios e até em nossa própria escola. Uma forma diferente de expressão, sendo essa aceita ou não, ainda assim se mostra presente.

A escrita sempre teve seu suporte, a milhares de anos, nossos irmãos distantes os homo sapiens, usavam paredes como suporte para contar suas histórias, suas caçadas, milhares anos depois os egípcios seguiram seu exemplo registrando seu conhecimentos nas paredes para gerações futuras, o capitalismo não escapou da influencia da escrita, usando a mesma como meio de propaganda. A história da escrita está cheia de conteúdo, onde todas as culturas faziam parte como suporte para manifestar sua história no “Livro do Mundo”.

Uns chamam de arte outros chamam de vandalismo, mas seria possível conseguirmos decidir a partir de fatos? Arte no começo dos tempos era reprimida por regras.

Em tempos de reis e rainhas, imperatrizes e imperadores, as regras eram basicamente: podia isso, não podia aquilo. Se não seguia as regras era preso, morto ou tinha a reputação arruinada.

Sim, arte já foi uma anarquia.

A liberdade de expressão não existia, para uns sendo um sonho distantes e outro um meio de vandalismo. Mas olha a coincidência!

A arte de hoje foi a vandalismo de ontem. Irônico certo? Como o vandalismo de hoje poderia ser a arte de amanhã.

Mais irônico seria se daqui a vinte anos grafite fosse expostos em galerias ou museus. Algo que já é feito hoje em dia, mesmo que em escala menor.

E assim com o tempo a arte se tornou algo sem barreiras, tornando-se uma das maiores formas de liberdade de expressão, perdendo provavelmente para musica que continua sendo a voz dominante.

Não se pode mais negar que, querendo ou não, grafite, arte, chame como quiser, se tornou uma forma de liberdade de expressão presente em nossas vidas com ou sem nossa permissão.

“Artistas do Novo Anglo.”

Carteiras e mesas. Vitimas dos rabiscos resultados do tédio. (Explicar como é esse tédio, suas causas, manifestações)

Poesia não combinaria com os rabiscos que enfeitam as carteiras do nono ano, mas ainda assim mostra o quanto podemos ser criativos quando estamos sendo atacados pelo tédio.

A pichação solta as asas nas costas de carteiras, o maior alvo de nossa mente criativa. Provavelmente deveriamos escrever nossos nomes nas carteiras, as tornando nossa propriedade, afinal ao possuir nossos rabiscos, mesmo que sejam apenas linhas incoerentes, as carteiras acabavam refletindo com somos, o que as tornam as melhores telas para nós artistas, afinal somos artistas criados a partir do tédio.

Grafite, a nova revolução

Mesmo sendo um ótimo passatempo para nós, vitimas do tédio, o grafite (ou a pichação) tornou-se uma nova ferramenta de revolução, usada para expressar insatisfação ou para repreender uma anarquia, onde o governo reprime o povo com abuso de poder. Também usada com modo de provocação para o governo. Isso serve para aqueles que escrevem “O governo não presta” em muros, eles devem ter um espaço precioso nos corações de senadores ou prefeitos, presidente, enfim, lideres em geral. (colocar imagens de exemplo)

Em filmes e em quadrinhos sobre o assunto, a pichação ilegal ou grafite revolucionários sempre se mostram presentes como um instrumento de expressão fora do governo, onde pessoas colocavam sua insatisfação nas paredes.

Fisheye Placebo (revolução em quadrinhos): “Viver dentro de um regime autoritário não é divertido. Completa censura significa, sem Facebook, sem YouTube e nada de Twitter.

Felizmente para Vance, ser um hacker torna escalar o gigante Firewall se torna fácil como andar no parque. Com free web a disposição, Vance deveria ser feliz, mas ele não é. Talvez tenha algo faltando em sua vida que informação não possa substituir.

Talvez seja uma namorada.

Então, não é nada estranho hackear dentro de uma universidade e colocar a si mesmo com uma bela colega de quarto. Isso seria tomar o futuro com suas próprias mãos, ou algo do gênero, certo?

Que pena para Vance que o destino teve outros planos e então Vance é logo arrastado para dentro de uma louca conspiração contra o governo por seu definitivamente-não-colega-de-quarto.

Faculdade deveria ser animada, mas não tão animada. Entre datas falhadas, notas falhada e hack nem tão falhados, Vance vai aos poucos começar a questionar a moralidade de suas ações e o real preço da liberdade.

É assim que funciona democracia?”

-yuumei.deviantart.com

Fisheye Placebo, série de quadrinhos recém criados pela usuária Yuumei no site Deviantart, conta a história de Vance, um hacker que vive em um pais ficcionario que se encontra entre: Mongólia, Russia, China, Paquistão, Casaquistão e India. Onde o governo abusa do poder tornando o pais em uma nação sob vigilância. Vance acaba se envolvendo no meio dos planos conspiratórios de Frey, outro hacker e Robin, uma jornalista investigativa. Ambos planejam derrubar a anarquia. No meio dos personagens secundários, temos Jen, uma artista que se mostra uma justiceira defenssora da liberdade, mesmo seu rosto não sendo mostrado completamente nos quadrinhos, Jen se revela sendo uma “grafiteira justiceira” onde usa a arte do grafite para lutar contra a opressão. Eu afirmaria que Jen representa muitos revolucionários infelizes com o governo, que refletem sua insatisfação por meio do grafite.

“May the odds be ever in your favour”:Um famoso exemplo de manisfestação por meio de grafite é a famosa frase “may the odds be ever in you favor” ou “que a sorte esteja sempre ao seu favor” a famosa frase do primeiro filme jogos vorazes, que também representa a opressão do governo sobre os outros distritos. Com o começo da revolução no segundo filme, a famosa frase aparece novamente, porém com algumas modificações feitas pelos rebeldes e a tão famosa frase que representava a opressão, acaba se tornando uma frase que representa a revolução. Modificada, a frase se torna “the odds are NEVER in our favor” ou “a sorte nunca esta a nosso favor.” em outras palavras os rebeldes afirmavam que a sorte sempre estava ao favor dos governantes, nunca do povo.

Acho que a possível conclusão para tudo isso é que o crime de ontem pode ser a arte de amanhã. A hipocrisia de tentar achar um padrão para arte quando mal se sabe o significado da palavra é para aqueles que possuem medo de ter a mente aberta para novas ideias.

Então meu conselho para aqueles que vivem e desejam viver de arte: Não tenha medo de manter a mente aberta, seu cérebro não vai cair.


 
 
 

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